Alimentação de camarões em cativeiros: larvas de M. rosenbergii.
A alimentação é um
fator de extrema importância para o desenvolvimento larval e crescimento de
crustáceos decápodes. Consequentemente uma boa alimentação também está ligada
ao sucesso do cultivo comercial das espécies de camarões utilizadas na
carcinicultura.
Existem diferenças na
alimentação das larvas e de indivíduos adultos de camarões. A alimentação das
larvas de camarões de água doce é feita preferencialmente nos berçários e precisa
de um bom manejo para garantir a alta taxa de sobrevivência e o sucesso no crescimento.
Além disso, é importante que o criador conheça a duração dos estágios larvais
da espécie utilizada, pois cada estágio pode ter um comportamento alimentar diferenciado.
A alimentação das
larvas de Macrobrachium rosenbergii (o
gigante da Malásia) é feita principalmente através do fornecimento de
zooplâncton associados a uma ração balanceada (seca e fresca). O zooplâncton
necessário são náuplios de Artemia spp.
(microcrustáceo) recém-eclodidas (ou rotíferas, alternativamente) e devem ser
fornecidos diariamente a partir dos estágios iniciais. Em relação à ração, esta deve ser fornecida
após os dez primeiros dias de cultivo e deve ter alto valor nutricional.
Malassen &
Valenti prepararam uma formulação de ração inerte fresca para a alimentação das
larvas de M. rosenbergii. Os
ingredientes utilizados por eles para a preparação foram: lula, filé de peixe,
leite em pó, farinha de trigo, mineral mix, vitamina mix, ovos, óleo de fígado
de bacalhau e água.
Vale ressaltar que o
criador deve ter conhecimento sobre a quantidade e o tamanho ideal que deve ser
fornecido de zooplâncton e ração, respectivamente, em cada estágio larval a fim
de evitar a superalimentação ou a deficiência de alimento.
De acordo com Barros
& Valenti (1997) o comportamento alimentar das larvas de M. rosenbergii não sofre alterações a
partir do estágio II. Além disso, esses autores verificaram que no estágio I as
larvas de M. rosenbergii se nutrem do
saco vitelínico, não ingerindo alimentos fornecidos.
É importante
ressaltar que a alimentação balanceada das larvas de M. rosenbergii deve estar associada a outros fatores como: controle
de pH, níveis de amônia (inferiores a 1 ppm), oxigênio próximo à saturação,
temperatura (mantida em 28°C), salinidade (em torno de 16 ppm), transparência,
quantidade diária de alimentação e a densidade de larvas por berçários.
Maiores detalhes em:
a) Mallassen &
Valenti em: http://www.aquicultura.br/gtcad/Artigos/LarviculturaSimples.PDF
b) Barros &
Valenti, 1997. Comportamento alimentar do camarão de água doce, Macrobrachium rosenbergii (de man)
(Crustacea, Palaemonidae) durante a fase larval: análise qualitativa. Revista
Brasileira de Zoologia, 14 (4): 785 – 793.
c) Thomaz, L.A.;
Yoshii, L. M.; Bambozzi, A. C. & Filho, J. T. S. 2004. Desempenho larval do
Camarão-d'água-doce (Macrobrachium
rosenbergii De Man, 1879) submetido a diferentes regimes alimentares. R.
Bras. Zootec., v.33, n.6, p.1934-1941.